Ilha de Java na Indonésia

sábado, 5 de maio de 2012

Região do Vulcão Bromo, um dos lugares mais lindos que passamos:




Templo de Borobodur:


Com muita frequencia pediam-nos para tirarem foto conosco, por sermos gringos, foram dias nos sentido famosos.

Nosso aniversário foi comemorado aqui, de Davi dia 30/04 e do Cássio dia 03/05, ambos comemorados com as pessoas dos locais, com panquecas e bolos:

A cerveja mais famosa da região.

E para quem pensa que a capital não é desenvolvida:

Esse é um dos melhores shoppings que vimos ao redor do mundo:

30 de abril de 2012 por Davi Fialho.

 
Esse da foto é um vulcão ativo que existe a leste da ilha de Java na Indonésia.
Mas o que queria compartilhar de fato era o pensamento de que ás vezes pra que nossos olhos tenham certas visões, não imaginamos o que pode acontecer antes de chegarmos a um objetivo.

Hoje já faz algum tempo e eu lembro como se fosse ontem, era 30 de abril e queríamos conhecer o Mt Bromo, um vulcão muito famoso na Indonésia e que muitos aventureiros que por lá passam, vão a procura.

Pra chegar até lá é preciso passar por uma pequena cidade chamada Probolinggo e de lá conseguir um transporte de van ou moto taxi que finalmente leva até um vilarejo com pequenos chalés que dão acesso de jipe ao vulcão ativo.

Quando chegamos em Probolinggo ao conversar com o pessoal que organizava o transporte ficamos surpresos ao descobrir que era muito caro subir a estrada em direção ao vulcão de van, decidimos então subir de moto taxi pois o custo era bem menor.

Foi daí então que começaram todos os sorrisos e desesperos: Cada piloto de moto taxi era um aldeão da região local, então cada um de nós subiu em uma moto com um piloto e partimos rumo a estrada que nos aproximaria do coração do vulcão que não adormece.

Lembro que os pilotos nos transportavam como se estivessem em uma corrida e que a cada metro de estrada que subíamos as curvas aumentavam e quanto mais alto chegávamos mais abismos podíamos avistar, comecei a falar em inglês com o piloto dizendo “come down please” e foi aí então que descobri que ele nada falava de inglês, a única coisa que ele fazia era olhar pra mim pelo retrovisor e depois sorria. 
 
Acho que ele pensou que eu estava adorando arriscar a vida a vários km por hora enquanto corria uma estrada cheia de curvas e abismos em direção a um vulcão que podia entrar em erupção a qualquer momento.

Pra melhorar ainda mais a situação em determinado ponto da estrada começou a chover e a surgir o cheiro de enxofre da fumaça do vulcão por todo lado, foi daí então que conversei com DEUS e disse: Ah legal Senhor, obrigado por ajudar rs. 

 Nessa etapa já estava meio desesperado e foi aí que comecei a apelar pelo instinto humano e percebi que a cada grito de desespero que eu dava o piloto da moto taxi diminuía a velocidade, finalmente foi esse o momento que eu aprendi a controlar a velocidade da moto rs.

Com o desespero, nervosismo, chuva, enxofre e fumaça eu nem tinha me dado conta que eu e meu piloto tínhamos nos despistado da moto do meu companheiro, dali em diante eu conheci o domínio da mente sobre o desespero pois passei a também imaginar que aquilo era uma conspiração e que o povo daquela região fazia isso justamente para separar os turistas e depois roubar, matar e sabe se mais lá o que. “Juízo errado de minha parte admito! Mas eu estava DESESPERADO!

Houve até um momento que com a chuva muito forte, água e lama descendo a estrada no contra fluxo a moto já não tinha forças pra subir com o piloto, eu e a minha mochila. O Piloto parou então e fez sinal para eu descer, essa parte fizemos eu caminhando morro acima a pé com a mochila nas costas e o piloto levando a moto ao seu lado, confesso que até gostei de andar nesse momento.

Depois de achar que ia morrer de um jeito ou de outro voltamos a subir na moto e finalmente chegamos ao pequeno vilarejo próximo do vulcão, o aldeão me deixou na frente de um chalé que não era o que tínhamos reservado e a única reação que eu tive foi dizer que aquele não era meu chalé e também perguntava repetidamente “where is my friend? Where is my friend?” mesmo sabendo que ele não me entendia.

Minutos depois o outro aldeão chegou com a moto e o Cassio salvo, fiquei aliviado com o acontecido mas ainda estava nervoso com a situação. Finalmente o recepcionista do chalé que não era nosso, falava inglês e pode nos ajudar a encontrar o local que reservamos, estava perto dali.

Quando tudo isso passou e percebi que não era uma armadilha pega turista ao chegar no chalé correto, eu finalmente me dei conta que estava inteiramente encharcado de água e lama e meus dentes tremiam sem parar, o pessoal do chalé logo veio me dar chá quente, mas mesmo após tomar, os dentes não paravam de tremer. Sugeriram que eu tirasse toda roupa molhada e lá fui eu tomar um banho quente.

Enquanto tomava banho eu pensava: hoje é 30 de abril de 2012 e toda essa loucura está acontecendo bem no dia do meu aniversário, haha de um jeito sarcástico que legal!

Meus dentes pararam de tremer, saí do banho, me vesti e fui até o pequeno restaurante do chalé, eu já estava calmo e comecei a prestar atenção no local, os pequenos chalés eram bem rústicos mas muito charmosos e aconchegantes. Nós nos juntamos aos outros viajantes e começamos a dividir as experiências de viagens.

Foi quando do nada todas as luzes do chalé se apagaram!

Novamente disse pra mim mesmo: “what the fuck” o que mais agora ? Do nada começaram a cantar “Happy Birthday to you” em minha direção e trazendo uma panqueca em forma de SMILE simbolizando um bolo de aniversário, o Cassio havia contado a todos os viajantes do chalé que era aniversário do garoto que chegou com os dentes tremendo (eu) hahaha. Abri um sorriso de leste a oeste no meu rosto e fiquei MUITO contente com a surpresa.

Enfim tivemos um fim de dia super agradável e fomos dormir para que no dia seguinte acordássemos as 4:00am, pra pegar os jipes e chegar até do vulcão antes do nascer do sol.

Nem parecia que era 4:00am porque todo mundo estava no clima de festa brincando pra lá e pra cá com as lanternas, e quando o amanhecer aconteceu, todo mundo aplaudiu e contemplou a bela visão a 2,329 metros de altura do Monte Bromo, um dos vulcões mais famosos e procurados da ilha de Java na Indonésia. Depois de avistar de uma certa distancia o vulcão ao nascer do sol é que fizemos a caminhada rumo ao coração do vulcão ativo.

Chegando até aqui se você leu essa nossa história, e de todos os viajantes desse dia, gostaria só de concluir que em determinadas situações da vida mesmo que haja medo e risco, é preciso quase morrer pra renascer, e assim contemplar experiências que você guardará pro resto dos seus dias.

É como a lenda da Fênix na música do Daft Punk:
“Nosso fim foi o começo, e nós chegamos muito longe pra desistir de quem somos”
 
 

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